profusão,
Quando na tarde quase silenciada,
Forte e pétreo, o sol já se esfregando
Nas montanhas da morte, e o amor,
Bolha de encontro e enforcamento,
beira os namorados, Que se apavoram diante do mistério
Do eterno, mas se rendem ao calafrio de
Se saber visto, e instalados na dimensão
Invisível da poesia...
E todo cansaço suspenso nos rosto
Dos trabalhadores que chegam
Em suas casas..
E a janela em estado de revelação
Sendo aberta pela rua, pelo muro
Pela moça que distraída também
Sobe em seu destino, mas me olha
Antes de virar na sua própria liberdade
Me olha, me acolhe como uma promessa
Guardada atrás de uma janela cor laranja...
E o céu desce aos poucos, negro
Misterioso, e nessa profusão de
Sensação, de estéreis duvidas
De existência, eu me emociono
E vejo que a vida tem o sentido
Dos deuses...