OS PORQUÊS DOS DIAS
Há dias que duram anos de desespero
Há dias que duram o sopro de uma vela
Quisera eu saber o segredo deste tempo
E descobrir o que ainda mais me espera
Temo a manhã, pois nela há incertezas
Já é tarde quando as tarefas mal terminam
Temo o crepúsculo por sua aura de tristeza
E a noite as sementes do mal germinam
Por que tanto medo, por que tanta desolação?
Há mil perguntas que nunca são respondidas
Por que a dor dilacera meu coração?
Se é dentro dele onde pulsa a minha vida?
Posso ser livre e voar além do que sou
Mergulhar no mar morno, calmo e mais profundo
Posso correr e me soltar destas amarras
Então pergunto-me: por que permaneço neste mundo?