[A Rota do Silêncio]
O encontro e a fuga do olhar: enfim, quebra-se o vítreo espaço onde havia apenas silêncio...
Surge alguma esperança, e logo se vê: é outra trilha incerta, ladeia... leva a nada [a Esperança nunca é falsa, mas é casada com a Falsidade]. O não saber é que nos cria, a cada passo, a cada instante. Nunca é tarde para restaurar o silêncio, ou a escassa segurança que há no silêncio...
Quem fala não se ouve, apenas se esquece de que falar não importa... Ainda assim, quebra-se o silêncio, passa-se à fala, e logo, à perda do sentimento das coisas do mundo, e da rota para o silêncio da pessoa próxima...
O silêncio fica agasalhado no fundo do peito... guardam-se ali sentidos que nunca virão à luz.
[Desterro, 19 de julho de 2012]