Solidão do entre noite e amanhecer

Este é um convite às pedras do calçamento

Para que elas, em sua solidão do entre noite e amanhecer,

Não sintam o frio da falta

Não chorem quando avistarem descer a rua as mariposas do cais

Não contem segredos sob as pernas

Não se refiram aos peixes que nas redes se debatem

E, por hipótese alguma, permitam

Que o homem satisfeito afunde as embarcações

Que a mulher oprimida

Acrescente lágrimas às espumas

Que o firmamento pese sobre os ombros das ondas

taniameneses
Enviado por taniameneses em 18/07/2012
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