Solidão do entre noite e amanhecer
Este é um convite às pedras do calçamento
Para que elas, em sua solidão do entre noite e amanhecer,
Não sintam o frio da falta
Não chorem quando avistarem descer a rua as mariposas do cais
Não contem segredos sob as pernas
Não se refiram aos peixes que nas redes se debatem
E, por hipótese alguma, permitam
Que o homem satisfeito afunde as embarcações
Que a mulher oprimida
Acrescente lágrimas às espumas
Que o firmamento pese sobre os ombros das ondas