DOIS POEMAS...

VAZIO…

Há muito nada acontece dentro de mim.

Estou indo sem saber onde devo parar.

Nem mesmo sei por que estou indo…

Marco esta via com a planta do meu pé.

Não há cruz nem flores pelas encostas.

Outros foram e vieram antes de mim,

mas não vejo suas pegadas,

apagadas pela ventania!

Há muito nada acontece dentro de mim.

Se eu soubesse faria um verso gelado

e degustaria com o uísque da vida

que me embebeda nestes últimos

dias vazios que passam por mim!

Logo adiante deve haver um prêmio aos

que persistem nesta trilha; deve haver

um pote de ouro ou um arco-íris onde

todos se aprazeriam ao som de uma

insana guitarra e beijos molhados!

Há muito nada acontece dentro de mim.

Estou indo sem saber onde devo parar.

Nem mesmo sei por que estou indo…

DERRADEIRO POEMA...

A poesia me persuade desde o romper do dia

até a noite alta quando começo a namorar

com o novo poema do dia que despontará!

Se eu dormir demais e perder o verso arisco,

se com asas firmes voar para longe de mim,

se se livrar do silêncio inerente que possui…

...E desprender a voz na boca de outro poeta.

Morreria seco a espera da derradeira gota do

último verso que me cumpriria dar existência!

Que fosse letal a força do melhor poema

que já gerei, que fosse meu como nunca

fora a poesia de alguém, se fosse único!

Quem caminhará comigo de mãos dadas a

procura do mais perfeito poema? Enquanto

possuir disposição, ligeiro hei de caminhar...

Cancelei agora a poesia de hoje e de amanhã.

É que não me sairia bem um poema de olhos

embaçados e molhados de melancolia!

autor: IVAN CORREA.

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 18/07/2012
Código do texto: T3784757
Classificação de conteúdo: seguro