Crônicas de Uma Alma em Transição

Noites corrompidas no silêncio

Entre as lápides do meu jardim

Vejo os outros ainda vivos

Não sabem por que vieram morar aqui

Noites sussurradas de gemidos

Enxergo tudo em mim contido

Já não vivo minha morte

Hoje morto vivo aqui aprisionado

Noites vazias entre as lápides

E mais uma vez eu não te aceitei

Cruel ceifadora de caules

Porque eu?

Noites tão frias de silêncio

Que deito em meu próprio cadáver

Nesse jardim de cruzes

Onde as flores nunca murcham

Noite enfim que me cansei

E aceitei o meu destino

Exacerbado em desatino

Pela luz eu implorei

Noite que a morte se fez dia

Fui cercado de alegria

Acolhido entre seus braços

Livre dos meus embaraços

Agora dia em que sou livre

Posso refazer família

Consertar a minha trilha

E na carne renascer