A outra Janela
Estou dentro de uma tarde que mora entre as nuvens do céu.
O verde do gramado é aceso como seus olhos brilhantes
que brilham dentro da tarde.
É nessa hora que engano a dor que me ronda.
Meu corpo, cansado de sua forma e de sua loucura, foge
Meus pés deslizam-se pelas margens da tarde,
Escondo-me em suas entranhas, leve, a flutuar pelo dia que vai.
Sua voz voa nas asas das andorinhas
e sua carne ostenta a doçura que não se rende.
Meu espírito sorri para o seu
somos dois animais a brincar dentro da tarde,
de onde vejo um lugar onde moram casas com janelas abertas,
pastores, margaridas e crianças com bolas coloridas.
É nessa hora que engano a dor que me espreita.