Do casto ao gasto!

A língua nada absoluta, sem misericórdia,

Aplaina deidades & malditos na mesma linha,

Mal alivia, estufa, rompe todos os tratados,

Mais engana do que esclarece, espalha,

Coloca terra sem nenhuma produtividade,

Dá, sem descanso, dilacerações pelo couro,

O olho crivado com a próxima lágrima,

Mistura-se a fumaça do cigarro na chuva,

Colhe uma pedra pela rua tão cinza,

Outra lasca de parede procura o chão,

Nenhuma taverna está mais aberta,

Novas cicatrizes sobre as que mal fecharam,

Pela angústia que sobra ao andarilho,

Outras solidões além desta permitida,

Aos bolsos, o vazio de um universo,

Poucas rimas contornando essa língua,

Vai longe, aquele corpo tão desejado,

Tão próximo, mas tem outra parede & nós,

Do mal que mal se acaba, interioriza-se,

Toma de frente o largo costado em vão,

Nada vê além de uma nova solidão!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 12/02/2007
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