Um Rimbaud Bêbado
Minha alma abstrata e alheia olha
O mar à frente - nau que se ignora
E se deixa ir, abstrata rolha,
Entre símbolos de além e de “embora”.
Elemento do ar, extasiada folha,
Num crepúsculo que se autodevora,
Pássaro cuja asa esquerda se molha
Numa água mística, reveladora...
Vou, perco-me entre brumas de em-si,
Imerso no redemoinho voraz,
Lembrando os lugares onde vivi.
Prossigo, sou navegador audaz,
Deixando em cada lar de onde parti
Um adeus que na distância se desfaz...