a mortalha branca

recolha-se ao canto

Silencioso

Ao baú guardado

Ás cartas de amor

Recolha-se á antiga

Estrada, reveja os traços,

as quedas e ás aceleradas

ladeiras.

As pedras já decifradas

Aos córregos que tocam

Seus sinos trincados

Recolha-se ao mundo

Antigo, releia velhos

Jornais, lembre dos

Rostos mortos, e dos

Rostos vivos. Da igreja

Do centro, da rua

De pedra e dos diversos

Amores que lhe conquistaram

e, claro, os que você

conquistou..

Recolha-se ao seu quarto

De parede descascada

Ao quintal florido

Ao desejo de ser tudo.

Ao desejo de ser nada.

Traga-se de volta a vida

Recolha o que já foi

E recolha a mortalha branca

Que ainda a contragosto

Cobre rosto de seus

Sonhos...

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 17/07/2012
Código do texto: T3782543