PALAVRAS
Vãs são as palavras
Ditas pelos homens incultos
Penetram nos becos vazios
Dos corações já sepultos
Nas valas frias da solidão
Resvalam no muro dos mil tormentos
Marcando a ferro e fogo o mais triste coração
Palavrinhas frívolas e arredias
Sussurradas ao pé do ouvido
Daquelas almas soltas e vadias
Acostumadas a ouvir e esquecer
Mas nem por isso isentas de sofrer
As armadilhas da desilusão
Sábios preferem o silêncio
Que poucos conseguem escutar
Pois a boca calada, essa fenda travada
Deixa pelos olhos escapar
Os verdadeiros sentimentos
A rara capacidade de amar