Confissão de Um Nó
Numa poeira de armário,
Dentro do porão
Anexo ao miocárdio,
Há restos de átomos aleatórios.
Nada de perfume na sala,
Nada de dialetos variados.
Fechei o livro sem terminar de lê-lo.
Falta o final.
Vamos até o final minha cara...
Agora, entre cada piscar,
Tem você no portão.
Eu indo embora, olhei pro céu e
Atravessei uma linha imaginária
Que me fez sair sem proteção.
Respirei a poeira do armário
Que me deixou frio.
Sem certeza.
Mas eu assumo a autoria da estupidez.
E então começo a ouvir o sermão das paredes,
Do isqueiro, da vista na janela...
Que me mandam enfiar o dedo na minha própria ferida.
Mas o que me aflige, é o ferimento
Que deixei em você.
Amando a mando de dois deuses.
Eis que tenho a dor de um nó na alma e sinto,
De súbito, a dor de um corte que sangra pra dentro.
Sobre os meus problemas, nos próximos encontros,
Deixarei uma pedra.
Só pra que eu possa obedecer minha dor.