insone

deito olhos nessas frases

rabiscadas em paredes de mim

insones palavras arregaçam-me

cabelos, ausência e letras

se já não fosse a madrugada

senhora das horas, alimentaria

cada segundo de fome e sonho

no ventre do teu nome

abstem-se, bem sei

das ondulações que me guiam

nuvens minhas, carne minha

à margem dos teus cílios

adormecido nas saias da lua

não sabes que chora a rua

não sabes do eco dos dias

não sabes da noite, a poesia

deito olhos, andarilhos de mim,

emparedo-me em branco turvo,

dessas frases que me fogem

ainda escondo teu nome...

Almma
Enviado por Almma em 17/07/2012
Reeditado em 17/07/2012
Código do texto: T3781984
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