insone
deito olhos nessas frases
rabiscadas em paredes de mim
insones palavras arregaçam-me
cabelos, ausência e letras
se já não fosse a madrugada
senhora das horas, alimentaria
cada segundo de fome e sonho
no ventre do teu nome
abstem-se, bem sei
das ondulações que me guiam
nuvens minhas, carne minha
à margem dos teus cílios
adormecido nas saias da lua
não sabes que chora a rua
não sabes do eco dos dias
não sabes da noite, a poesia
deito olhos, andarilhos de mim,
emparedo-me em branco turvo,
dessas frases que me fogem
ainda escondo teu nome...