Apassivadora
Entre gerações conflitantes,
os falares, os dizeres...
Tudo gera confusão.
Mando sorriso, recebo línguas;
esboço gracejos,
mas fluem, apenas,
lágrimas azuis.
Por que me deu a língua?
A língua na lágrima;
a lágrima na língua...
Tudo,
até o aparente asco,
pode tornar-se
inebriante poesia.
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Apassivadora
Viver é espantar-se!
O susto poético prescinde de motivação...
Ele surge desestruturando o sôfrego coração.
Amar é desesperar-se!
O espanto realístico necessita de alteridade...
Ele incomoda, estremecendo, com sensualidade.
Sentir é exasperar-se!
A irritação que se proclama a dois, na cama,
incomoda, quando o homem cansa a pobre dama!
Ignorar é anular-se!
O propósito dualístico da individualidade...
Está no outro, latente, esperando emergir a verdade.
Morrer é...
Espanto
Desespero
Anulação
Ignorá-lo é loucura.
A vida flui
E a morte,
exageradamente,
conduz-nos ao ápice.
Buenos Aires – Argentina, 16 de julho de 2012.
17h19min
Doctorado, durante la clase de derecho constitucional.