Todo mundo é santo
O corpo franzino do menino e a fome
O medo e lágrima nos olhos de quem nem viveu
Mas paga os pecados que não cometeu.
Santos que nunca vi nessa Terra
E que do céu, não saem,
Não ouvem e não sentem
A dor de toda essa gente inocente
Que veio ao mundo sem pedir.
Estes, que serão homens
Curtidos em dor e desprezo
Desprezando e zucumbindo
Aos desmandos da falta de amor.
Onde estão os santos então?
Nem no céu, nem na Terra...
Não há guerra, nem paz
Nem plantio, nem colheita
Nem sono tranqüilo, quando se deita,
Que seja um Santo ou anjo que traz.
Só a vontade do bom, os atos de bem.