Segredos de mi ’alma
Prefiro dar a liberdade
A um amor que é
Só meu, do que acorrentá-lo.
Val Cunha
Hoje mais uma vez, ela veio fazer companhia pra mim (a caneta).
Há muito tempo não me sentia assim, como se tivesse um abismo à minha frente, tentando engolir-me por inteira...
E nessa admoestação, sinto que o meu coração indeciso está...
Há um turbilhão de pensamentos que varre meu sono pra longe de mim...
E nesse sentir solitário, fazendo pulsar o meu coração, me deixa insone, angustiada, procurando razões...
Pra entender o teu desapego e o descarte de mim, do teu coração...
Palavras mal ditas me afastaram de ti...
Sinto-me desprezadamente, pisando os espinhos da solidão.
Talvez o pouco que fiz pensando ser muito não fora suficiente para manter-te ligado a mim...
Então, depois de muito pensar...
Qual pasarinho recém-saído do ninho, que aprendeu a voar, dou-te a liberdade...
Não te sintas preso a mim...
Não quero um amor assim...
Amor de não/querer...
Pra mim chega! Não dá mais...
Quero andar de braços dados com a liberdade...
Amor acorrentado... Jamais!
Esse amor, que abriguei em meu peito,
Durante tanto tempo,
Despede-se de mim,
Sem ressentimentos.