A minha desgraça
A minha desgraça não é ser poeta.
Mas, sim ser poeta neste Brasil
Terra de intelectuais inertes;
Filósofos de coisa nenhuma
Que se fazem valer de um passado
Para se tornarem célebres.
A minha desgraça não é ser poeta.
E sim habitar o mesmo pais que
Dilma, Lula e Serra
Figuras notórias que ao mesmo tempo
Em que inflam o bolso
Inflam o povo com um sonho utópico.
A minha desgraça não é ser poeta.
E sim não enxergar sequer uma flor
Nesta terra que outr'ora tão linda
Agora se faz alheia e fédida
Regada com sangue do povo
Que se afoga num mar de ilusão.