Filhos do silêncio

A poesia chora, mas também sorri

Te sinto Deus em mim...

Tony Bahia

Filhos do silêncio

Sentindo sons

Infinitos

De instrumentos...

Os versos

Emergindo da boca d'alma.

Diáphano...

Choro

Soluço

Sussurro silente...

A madrugada tem ouvidos

As paredes falam

E os bichos

Escutam gemidos.

Melhor ficar mudo.

A poesia me engole

Num resguardo de segundos

Me pari...

Volto a ser filho...

Filho do silêncio

No grito das palavras...

Suspiro, comungo

Corto o umbigo.

A inspiração transpira...

Suor e lágrima.

Se não deixar fluir, esvai-se...

Pelos poros do cérebro, os dedos

Amarra nó cego n'alma.

Não consigo desatá-lo

Por isso nunca os amarro

Nunca os tranco

Engulo chaves.

São aves.

Não és minha, mesmo tendo

Te entregue minha vida.

Solto a linha

Minha pipa colorida, ilumina céus azuis de poesia...

Voa...

Tem sons infinitos

Toca corações sensíveis, abatidos

Na eternidade dos dias.

Ácida

Pouco fluída

Solidificada.

Tecida fio a fio

Pavio

Estopim

Prece descrucificada.

Sagrado ato...

Em lavas.

Limpo na pele d'alma

As mãos sujas, com o sangue

Das palavras.

Tony Bahia

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 15/07/2012
Reeditado em 22/07/2012
Código do texto: T3778462
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