O eterno retorno
O horizonte é a esquina
Que nunca se chega...
O horizonte se afasta
Ou somente des(nasce),
Pra nascer mais além?...
E de lá, de longe, refeito,
Se mostra
E rir sadicamente
Para aqueles que lhe buscam...
A terra é redonda
E o céu me parece
Redondo!
Não seria uma escravidão
Se o horizonte não fosse
Fruto dessa coisa redonda
E circular, chamada vida,
Que, concêntrica, às vezes
Se abre, as vezes se fecha....
E a gente fica tonto de medo?
E antes, cego, porque tinha
Nossos pais a responsabilidade
De ver essa coisa que não
Para, que muda e que nos
Machuca o coração,
Que nos tira a coragem
E tantas vezes a própria
Vontade de continuar...
Agora, sozinhos precisamos
Aprender a nos ver, a nos
Cuidar, e acima de tudo,
Saber esperar...
Há certas maneiras de viver
Há certas maneira de ser...
Tudo é válido,
Mas como sei que a vida
Vai e volta, e no centro
Desse circulo há bancos
Pra se sentar, há mulher
Pra se amar, há comida
Boa, e livros de poemas...
Posso ficar bem...
E esperar a terra rodar...
já posso acreditar que a beleza
vai voltar!