O eterno retorno

O horizonte é a esquina

Que nunca se chega...

O horizonte se afasta

Ou somente des(nasce),

Pra nascer mais além?...

E de lá, de longe, refeito,

Se mostra

E rir sadicamente

Para aqueles que lhe buscam...

A terra é redonda

E o céu me parece

Redondo!

Não seria uma escravidão

Se o horizonte não fosse

Fruto dessa coisa redonda

E circular, chamada vida,

Que, concêntrica, às vezes

Se abre, as vezes se fecha....

E a gente fica tonto de medo?

E antes, cego, porque tinha

Nossos pais a responsabilidade

De ver essa coisa que não

Para, que muda e que nos

Machuca o coração,

Que nos tira a coragem

E tantas vezes a própria

Vontade de continuar...

Agora, sozinhos precisamos

Aprender a nos ver, a nos

Cuidar, e acima de tudo,

Saber esperar...

Há certas maneiras de viver

Há certas maneira de ser...

Tudo é válido,

Mas como sei que a vida

Vai e volta, e no centro

Desse circulo há bancos

Pra se sentar, há mulher

Pra se amar, há comida

Boa, e livros de poemas...

Posso ficar bem...

E esperar a terra rodar...

já posso acreditar que a beleza

vai voltar!

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 14/07/2012
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