Vira-lata
Fora da redoma que circunda meu universo,
onde tudo se repete como o programado,
Sigo caminhando sem olhar pros lados.
De repente um olhar de choro
toca meu íntimo.
Naquela liberdade sem condição,
machucado pela situação,
ele sangra em meus braços em pedido de ajuda.
Presa, intacta, passava a mão em seus pêlos sujos,
defronte o machucado de sua orelha,
E com sua insistência em me seguir,
acabamos separados pela porta da escola.
Ele queria entrar e eu sair para levá-lo.
Brincamos até a hora em que
foi dado o sinal de que devíamos nos separar..
Ele volta a sangrar na rua, pobre cão abandonado!
E eu volto com a blusa vermelha
com o meu dia transformado em lágrimas de impotência,
por saber que não o veria nunca mais.
Tatiana 13/11/10