A Cantiga do Coelho de Alice

Hoje aqui com o meu coelho branco

Plasmando seres de barro e alfafa

Eu e a vida em acordes de guitarras

Com asas eu compro os infinitos cimos nevados

Eu aqui ouvindo White Rabbit

E os acordes têm cores de morte

Mas meu caixão é de diamante

E ali jazem as cinzas dos sábios

Eu aqui com meu cavalo branco

Meia dose e icebergs antárticos

Estremecem meus pensares

E a morte espreita e degusta vidas

Venha meu nobre coelho branco

E vamos cavalgar com Alice em sua prisão de alucinações

Colhendo cogumelos de ouro e fantasmagóricos

Venha coelho e traga-me a foice da morte

Enquanto isso as dobradiças temporais ficam rangendo

Eu prefiro viver a não voar pelas galáxias

Se não voastes coelho, levar-te-ia até sua alcova

E dormiríamos cantando todas as cantigas

Mas faremos rodas dançantes circularem as fogueiras

Pois essa é a noite das cantigas do coelho branco

Noite de cantigas moribundas e mortificantes

E serão as cantigas das cantigas de uma vida breve

Se achegue meu nobre coelho

E traga-me Alice e seus cogumelos

Traga também luas falantes e arrebóis de prata

Que cantarão enquanto o sol não surgir

Eu farei com minha flauta mágica vocês adormecerem

E despertarem dentro dos meus sonhos místicos

Vamos Alice... Sorria e adormeça nesse frenesi

Vamos Coelho branco... Adormeça saltitante!