QUE POETA SOMOS,
O poeta que somos, nos indica que somos detentores.
Dos talentos prestados pela Providência, por essa ação divina!
E que não nos submerjamos diante de tal pretensão válida,
Sem a ação solidária da palavra que nos festejam as inteligências.
Na identidade, e certeza de que cada verso, cada poesia,
São analogias harmonizadas no intelecto de cada poeta.
E deriva de seu nível evolutivo, com maior ou menor intensidade,
Ante das cicatrizes, as chagas, as lembranças guardadas na alma.
Por isso creio que o poeta que somos ser manancial singular,
A beber nas mesmas cacimbas, e garimparmos as mesmas fantasias.
Dom, a dar às rimas, a emoção necessária a cada um dos textos.
A deixar derramar, fluir, todo anseio o que se tem no cerne.
Poeta, missão de encantamento de versos tangidos, burilados.
Pela acepção dos sonhos, das ilusões e dos intensos delírios.
A que todos os trovadores vêm-se submetidos nesses transes.
Em busca dos sonhos que lhe pede a frase, pede as rimas...
Rabiscam então suas ideias, e dão formas a essas exaltações,
E escrevem versos que brotam dos recônditos de sua alma.
Totalmente arrebatados pela poesia que pari, que criam!
E vê-se diante, dos assomos que defluem dos sentimentos.
Poetas são anjos guardiães das palavras encantadas?
E igual à Lua, tem fases, poetas dão trajes de gala,
Às metáforas ornamentando, festejando os versos.
A fazer da argamassa a liga que nos vincula ao verbo!
Poeta são tatuagens divinas que já trazem as rimas, O ofício, impregnados na alma, como se fossem de fato,
Sua segunda pele, ou poetas são como fogos de artifícios,
Dão todo esse colorido, todo esse deslumbramento, ante,
As luzes que iluminam seus versos, seu intelecto?
Albérico Silva