Errante
Entre um café e a vida
eu espalmei a minha mão
e triste e sonhador, disse adeus
acenando contra a imensidão
pejada de uma multidão vazia
que, atordoada, se locomovia
contrariada e sem vontade
pelas artérias da cidade...
Olho através da vidraça
toda essa gente que passa
e permaneço mudo e austero
acenando um adeus sincero
para os que riem ou choram nesse instante...
Penitentes!
De semblante frio e caminhar errante...
Amargurados e com uma aura de desgraça
ao atravessarem a praça...
Que verdejante, desdenha da penumbra,
que aos poucos cai com a noite
cobrindo de treva
o ar triste da multidão
e de inutilidade
o leve acenar da minha mão!