O SER HUMANO: APENAS UMA BOSTA?
O SER HUMANO: APENAS UM BOSTA?
Percebo, ninguém gosta,
Quando é chamado de bosta.
Tida como insultuosa
A palavra nomeia o excremento
Tido por nojento.
Sim, causa repulsa e é mal cheirosa.
Quem sabe, seria tal rejeição atenuada,
Se, em vez da forma vulgarizada,
Quase tão somente ela utilizada,
Fizéssemos uso de um designativo
Mais receptivo:
FEZES... E nada mais. Só, FEZES,
Quer do vocábulo gostes ou o desprezes.
Mas não despertaria admiração
Se ocorresse ferrada reação.
Imperativo se tornaria empreender
Campanha massiva para esclarecer
Da bosta...ooops! das fezes o sentido maior,
Que pode até fazer o mundo bem melhor.
Antes ressalvo que a dita cuja é coisa nossa,
Não o afirmo por fazer troça.
Ela está em nosso profundo interior,
(Ah! Não faça cara de horror),
É produzida e se aloja em nossos intestinos
Desde nossa mais tenra idade,
Quando éramos lactentes, pequeninos.
Dela pode depender o futuro da humanidade,
Aqui proclamo em favor da verdade.
Que fique muito bem posto
Que esse composto,
Oriundo do homem ou outro qualquer animal
Em fertilizante pode ser transformado
E se devidamente fermentado,
Torna-se fonte de energia
Limpa, renovável, sem qualquer magia.
Assim proporcionará incrementos
Na produção de alimentos,
De muitos matando a fome.
Hoje, ninguém lhe quer o nome.
Todavia,
Ao se converter em motor da economia,
Fazendo-se de riqueza geradora,
Cada pessoa, como potencial fornecedora,
Vai lhe reconhecer as virtudes.
Então, por inteiro revendo atitudes,
Comportando-se da maneira como aqui está posta:
Vai aos brados reivindicar
E sobejamente se orgulhar
Em ser chamado de BOS-TA!