O SER HUMANO: APENAS UMA BOSTA?

O SER HUMANO: APENAS UM BOSTA?

Percebo, ninguém gosta,

Quando é chamado de bosta.

Tida como insultuosa

A palavra nomeia o excremento

Tido por nojento.

Sim, causa repulsa e é mal cheirosa.

Quem sabe, seria tal rejeição atenuada,

Se, em vez da forma vulgarizada,

Quase tão somente ela utilizada,

Fizéssemos uso de um designativo

Mais receptivo:

FEZES... E nada mais. Só, FEZES,

Quer do vocábulo gostes ou o desprezes.

Mas não despertaria admiração

Se ocorresse ferrada reação.

Imperativo se tornaria empreender

Campanha massiva para esclarecer

Da bosta...ooops! das fezes o sentido maior,

Que pode até fazer o mundo bem melhor.

Antes ressalvo que a dita cuja é coisa nossa,

Não o afirmo por fazer troça.

Ela está em nosso profundo interior,

(Ah! Não faça cara de horror),

É produzida e se aloja em nossos intestinos

Desde nossa mais tenra idade,

Quando éramos lactentes, pequeninos.

Dela pode depender o futuro da humanidade,

Aqui proclamo em favor da verdade.

Que fique muito bem posto

Que esse composto,

Oriundo do homem ou outro qualquer animal

Em fertilizante pode ser transformado

E se devidamente fermentado,

Torna-se fonte de energia

Limpa, renovável, sem qualquer magia.

Assim proporcionará incrementos

Na produção de alimentos,

De muitos matando a fome.

Hoje, ninguém lhe quer o nome.

Todavia,

Ao se converter em motor da economia,

Fazendo-se de riqueza geradora,

Cada pessoa, como potencial fornecedora,

Vai lhe reconhecer as virtudes.

Então, por inteiro revendo atitudes,

Comportando-se da maneira como aqui está posta:

Vai aos brados reivindicar

E sobejamente se orgulhar

Em ser chamado de BOS-TA!

Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 13/07/2012
Reeditado em 13/07/2012
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