Do país que não quero

Sou o ponto da incerteza

sou temporão perdido,

ando a esmo na multidão

sou a visão mais turva,

que depois da chuva

espera outro clarão.

Sou um Brasil esquecido,

que lembrado é corrompido

trocado por qualquer valor,

sou essa nação gritante,

que por falta de caráter

começa a não ter vigor.

Sou o gari em meio ao lixo,

marginalizado, cujo sacrifício,

é viver dias sempre iguais.

Sou esse vazio imenso

escravo em contra-senso

entre seres tão boçais.

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 13/07/2012
Reeditado em 20/07/2015
Código do texto: T3776206
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