Do país que não quero
Sou o ponto da incerteza
sou temporão perdido,
ando a esmo na multidão
sou a visão mais turva,
que depois da chuva
espera outro clarão.
Sou um Brasil esquecido,
que lembrado é corrompido
trocado por qualquer valor,
sou essa nação gritante,
que por falta de caráter
começa a não ter vigor.
Sou o gari em meio ao lixo,
marginalizado, cujo sacrifício,
é viver dias sempre iguais.
Sou esse vazio imenso
escravo em contra-senso
entre seres tão boçais.