O mundo por um flash
O mundo deu a volta
na ponta do meu lápis,
da fotografia pude ver
que um flash sombreou.
Do tempo no distúrbio
queria um novo tempo,
pra ser do desalento
um nada que sobrou.
Quis a visão do telescópio
com a película de cinema,
só pra ter no teorema
a página que faltou.
Enquanto mestre Darwin
descobria um novo tema,
pensei novo dilema,
para outra evolução.
E da metáfora viva
que vi no dicionário,
pedi ao visionário
outra compreensão,
e sob o cadafalso
notei que a guilhotina,
pousava entre as retinas
dos olhos do ateu.
De onde eu estava
ainda pude ver
com o uso do binóculo
por pura distração,
ali, de capa preta,
de bengala e de chapéu
pude sorrir pra Freud,
que nada me explicou.
A vida ainda me é,
uma doce e duvidosa metáfora.