Medo

Diante da porta bordada

Feita de sonhos quadriculados,

De fixados momentos passados

Manchas de chuvas, com desdém

Desarrumados...

Olho á frente, caminhos por dentro

Outros, por fora, mil sofrimento...

Meu corpo se contorce de ventos

E sal molhado nos finos ferimentos

Em chagas, é o tempo ardendo

A jornada...

Eu assisto transcendente de meus

Olhos: O que sinto jogo pra longe.

Quero entender, quero saber de

Que ao prisma dum monge...

O deserto sentimento de medo,

Já amarrado e visto de fora, não

Parece bicho, não parece bandido

É apenas o escuro se escondendo

Da aurora...