Mais biopoética
Mais Biopoética, e explico o motivo.
Após ler Biopoética I e II, Lou Albergaria comentou:
"muito interessante suas ponderações, mas só não concordo com a palavra 'clonado'. Sinto que somos absolutamente ÚNICOS. ainda que carreguemos inúmeras características que nos colocam na mesma espécie, ainda assim somos ímpares e singulares. mas, o grande barato ao meu ver é conseguirmos nos encaiXar, mesmo sendo tão diferentes. Daí a tolerância, o respeito, o afeto,...enfim, toda a palheta de sentimentos e ideias que nos aproximam e unificam, apesar dos contrArtes. Arte é vida! é o que amplia o ser e nos faz alcançar o sagrado."
Eu respondi:
"a palavra "clonado" é complicada mesmo, mas durante a conversa com a Carmen chegamos a conclusão que você disse: somos absolutamente únicos. E levando isso ao extremo, até os clones são únicos. Mesmo iguais, eles são outros. É o nosso paradoxo. Eles são absolutamente iguais e totalmente diferentes. É mais ou menos essa a ideia. Vivemos clonando, nem que as mesmas letras e palavras, mas elas são diferentes umas das outras por estarem em lugares diferentes. Por realizarem funções diferentes. Era mais ou menos essa a ideia que eu tava tentando passar. Se passei bem ou não, que os leitores digam, Lou Albergaria! E que bom você por isso em questão. Das questões vem os esclarecimentos. Quantos devem ter se perguntado o mesmo e não me deram um "direito de resposta"?"
E para os que não deram o direito de resposta, prefiro responder com mais um poema:
Biopoética III
sou um ser clonado
de mim mesmo
da MelodImagIdeia das letras
lançadas a esmo nos dados do passado
(há presente no futuro que apresento de onde falo?)
[Sou um clone
não me tome
por igual ao original
matrizdeletrasbemarmadasporsinal]
Vim da mesma cadeia de DNARTE
Não fui pelo mesmo caminho
Sou outro espaço-tempo-
vento de letras e sopro novo destino
sou um ser clonado de mim mesmo
igualmente ÚNICO
diferente de ninguém
Dija Darkdija
É isso. Somos um paradoxo de semelhanças e diferenças. Ao mesmo tempo que semelhantes ou até iguais, somos únicos. E somos ainda assim iguais na nossa condição de ser único. Afinal, todos são únicos, até os que não parecem ser.