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Entulhos boiando ao largo na planície,

Folhas desprendem das paredes inchadas,

Dois mil guitarristas levaram a mesma música,

“Smoking in the water”, vaí veio o vórtice,

Telegramas perdidos, torpedos atrasados,

Caos postal pelas sacolas esvaziadas,

Apenas uma última lembrança de um beijo,

Dissipando-se na areia do tempo recluso,

Um fraco sinal de energia, fotos ruídas,

O único cabide que sobrou, falta roupa,

Como castigo de uma louca solidão,

Olhar avulso que para longe finge,

De perto tudo se clareia, noite intensa,

Frutas para recolher são as sobras,

Sem pistas dos que então desapareceram,

Falta muito para amanhecer & com sorte,

Será um dia um pouco mais claro afinal,

Há uma caída que vai escoando a água,

Quanta já passou nesses últimos dias...

Levando, lavando, limpando quase tudo,

Mal dá para saber o que em pé fica,

Não há espaço para lamúrias & lágrimas!

Peixão89