À LUZ DE VELAS

Há tanto caminhar no meu caminho.

Caminho devagar.

Que quando vejo o mundo em desalinho,

Prefiro me mudar.

As horas veludosas na jornada,

Neste quase perder.

Encontram os murmúrios da calada

Madrugada no ser.

Há febre nesse estar de nunca-sempre,

Como sendo amanhã.

O nada que se foi no mesmo ventre

Da intensidade vã.

Há tudo que não foi por já ter sido,

E jamais viverá.

Da vida, nunca some se vivido;

Para sempre estará.