Maldição

Maldito seja eu por te acordar da letargia...

Maldito seja eu por fazer despertar o vulcão...

Maldito seja eu por voltar a dar serventia...

A espaços do teu ser que estavam em hibernação!

Mas benditos sejam estes caminhos ínvios e tortos...

Pois andando neles sentimos que a vida não acabou...

Ao caminharmos neles não nos sentimos mortos...

Ao pisarmos a sua escura estreiteza,

temos a ilusão de que só agora a vida começou!...

Jacinto Valente
Enviado por Jacinto Valente em 11/02/2007
Reeditado em 18/02/2021
Código do texto: T377495
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