A dança
A grama escorregadia pelo orvalho,
sinto sob os pés.
Na penumbra do carvalho,
os pés giram, rodopiam,
enquanto piam as corujas nos galhos.
Lua cheia,
em minha veia corre a seiva
de toda a floresta!
Só me resta dançar, girar,
como planeta ensandecido,
como pião esquecido no tempo.
Mãos estendidas aos céus,
véus que caem pela dança,
a cabeça que se joga para trás,
pois não há mais razão...
Uma mão se estende para a lua,
outra toca ao chão.
Enfim, subo ao mesmo tempo em que desço!
Desconheço o equilíbrio, mas se há,
ele é assim, dinâmico, vibrante...
Avante, avante,
Nesta emocionante dança de ser!