A Forma

O escuro que vaza

De suas pernas cruzadas

Deixa-me em estado de

Desencontro.

A essência está na forma,

Já é sabido, e que forma

Se há no vão da escuridão,

Quando se é mais tarde

Que cedo, que se é mais

Noite que dia? Como ver

E perceber o que não se

Cristaliza na tessitura

Conhecida?

Suponho, no entreter

De nossa conversa,

Que bolas de sabão

Também se fixa

Em superfícies

Onduladas...

E pelos seus olhos

Enxergo por um reflexo

De inquietação

Um denúncia cifrada:

Que quando a forma é

Indefinida, a pista

Se faz de vida.