RUMOR NA MADRUGADA
RUMOR NA MADRUGADA
Antonieta Lopes
O barulho do trem na madrugada
Rompe o silêncio escuro da manhã,
A terra geme surda, repisada,
Passarela ensebada, antiga e chã.
Pelo canto do ouvido entra a toada
Da potência ritmada e pagã.
Vai despertar a mente inda enrolada
No cobertor do sonho azul de lã.
E logo se percebe que o sol nasce,
Que a vida recomeça barulhenta,
Que a luz vence das trevas o inpasse
Por mais que entristeça o homem agüenta,
Um sorriso ilumina sua face,
Quando o trem cedo passa em marcha lenta.