RUMOR NA MADRUGADA

RUMOR NA MADRUGADA

Antonieta Lopes

O barulho do trem na madrugada

Rompe o silêncio escuro da manhã,

A terra geme surda, repisada,

Passarela ensebada, antiga e chã.

Pelo canto do ouvido entra a toada

Da potência ritmada e pagã.

Vai despertar a mente inda enrolada

No cobertor do sonho azul de lã.

E logo se percebe que o sol nasce,

Que a vida recomeça barulhenta,

Que a luz vence das trevas o inpasse

Por mais que entristeça o homem agüenta,

Um sorriso ilumina sua face,

Quando o trem cedo passa em marcha lenta.

Antonieta Lopes
Enviado por Antonieta Lopes em 12/07/2012
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