PERMISSIVA...
Permissiva...
E lanças o dardo
Como a serpente que sibila
Sabes que não
Se permissiva seria submissa
Sob a égide do teu talento
Que admiro e admito
Que não é meu
Sou livre
Mais que pareço
Guerreira de manteiga
Boneca de chocolate
que tempera
Adoça e derrete
Pareço tola às vezes
Padeço dores que não são minhas
Têmpera de aço
Que me circunscreve
Bebo leite
Porejo mel
E sou capaz de azedar tudo num gesto
Respeito a vida
Que sobre mim lança
Tentáculos do ontem
Do agora e do depois
Tenho medo
E não fujo disso
Brigo pelo direito
De ter dúvidas
E ouvir a diversidade
Que habita em mim
Permissiva?
Sabes que não.
25/08/1997.