De quando

diz-me em palavras

qualquer uma delas

que te caiba, como

se vê em janela estreita

o fundo da praça

embaixo do céu de um

janeiro qualquer feito

de lembranças enquadradas

na memória...falas de quando

menino, de quando menina

de quando sabido, de quando

visto...

caiba-se na palavra simples

sem retoque, dessas que

se fala na rua, na praça

da feira ou no povoado

rodeado de rosas brancas

e de cravos encravado

nas mãos das moças

e dos rapazes, me fale

dessas palavras que se

nomeia cancelas, matagal

capoeiras, nome de senhoras

de lenço na cabeça

que habita pequenos sonhos

á janela da rua,

que dali de seu pequeno quadrado

a vida passa com seu prazer

e seus dizeres feito de mordaça

e de beleza....

se torne palavras, se torne

rua, se torne gente que

também é feito de palavras

que anda na entrada do boteco

e na noite sem fim que ronda

aqueles meninos da praça

que não tem o comer...

aprenda palavras

que sejam suas

e não palavras perdidas

num campo de desespero...

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 11/07/2012
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