A vida é dúbia; do fraco ao audaz
A vida é dúbia; duvidosa e simples.
Suntuosa e sucinta, e por mais que eu sinta,
sempre se desfaz, do fraco ao audaz.
Mesmo no grito, suspiro, piro, me viro.
Aspiro à molécula do sentido, no vão do pensamento,
que escorra um pingo de escárnio no nariz do lamento.
Onde tudo que vier que não seja lucro, sujo.
que o dito, não seja cujo, um dia ainda corro e fujo.
Emudeço falando, discordando concordo,
Percebo que de novo acordo, como se um novo dia fosse um acordo.
Se um dia me tornar de novo um feto,
finjo perceber que deixei de receber o afeto.
Descobri que isso tudo não passa de um manifesto.
Mesmo quando não sabemos viver, abrimos os braços em protesto.