Essa noite que adormeço

e de novo aqui estou

eu, de olho no porta retrato...

mil anos congelado entre

a moldura...

seu rosto ainda febril.

exala ainda aquele

gosto de vida, de crustáceo

de rio profundo, sua boca

escorrega como lajedos

frios, como essa encosta

que subo quando estou

em transe...

mil anos congelados,

e o susto de uma floresta

negra ainda beira seu entorno,

como se essa noite de cadáver

estivesse sempre alhe rondar...

é bela ainda, é bela de dar medo...

essa foto sussurra em meus ouvidos

palavras de cristais trincado, ou

quem sabe suspiros sufocados...

como se estivesse á porta

da partida, como se ja estivesse

partido, mas a saudade profunda

lhe mativesse viva, como está

viva essa noite em que te vejo

nesse porta retrato quase

morto...

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 11/07/2012
Reeditado em 11/07/2012
Código do texto: T3771598