Indecisão

O mar

Amedronta

O precipício

Atrai.

Que tendência humana é essa,

indecisa,

Contrária à vida?

Que deseja a salvação no fim

Mas que expulsa de si a existência,

dia pós dia.

Vontade de viver

Quando tudo está perdido

Querência de partir

quando o mundo lhe é oferecido.

Que tendência humana é essa

indecisa,

Negativa?

Contrária aos rumos da vida?

Dou-te meu desprezo

Quando teu amor é verdadeiro

Mas preciso do teu amor

Se por mim és neutra.

Vive-se esperando a morte

Morre-se desejando a vida

Lamenta-se na conquista. Insatisfação.

Sorri-se quando é dor.

No fim, um recomeço.

Lamenta-se o possível, quando apenas longe

Contenta-se não conseguir, sem tentar de novo.

Festejo de lamentos.

Complica-se o amor

Teorizam-no,

À luz da razão,

Armam esquemas, ilustram-no,

Explicam, delimitam dosagens

Erram.

Sem rumos, praticam-no bem

De olhos fechados

No escuro solitário

Num ciclo interminável

De pólos que invertem

Todos os sentidos significativos.

Jhonny Fullerman
Enviado por Jhonny Fullerman em 11/07/2012
Código do texto: T3771467