CANTILENAS AO VENTO
Velejando minhas dores
Nessas águas turbulentas
E sentindo desses mares
Tempestades e tormentas
Eu afogo as minhas mágoas
Tu afagas o meu pranto.
E os versos feito brasas
Vão queimando o meu peito
Dilaceram a minha alma
Feito pássaro sem asas
Vou seguindo meu destino
Tão incerto quanto o vento.
Sem tijolo ou argamassa
Nesses versos imprecisos
Edifico minha casa
O lugar onde me escondo
Eis aqui melancolia
Solidão mora comigo
Vem a noite tão escura
Sem estrelas pelo céu
Lua, lua, onde estás?
Meu amor já foi embora
Feita pássaro errante
Que partiu antes da hora.
E assim por noite afora
Nem se apaga a estrela
E também não rompe a aurora.