Um Bilac meio torto
Eu me escrevo nas páginas vazias:
Consoantes e vogais do meu viver...
Converso com as estrelas, sei entender
O que elas dizem lá nas brumas frias.
Não quero mestres nem filosofias,
Apenas ser comum e reverdecer,
Estender minhas raízes e crescer
Além dos anos, dos meses, dos dias.
Compomos dia a dia o soneto
Feito das nossas humanas costelas
Num indizível e surrealista dialeto.
E, como quem conversa com as estrelas,
Vou terminando este último terceto
A ouvi-las, a amá-las e a entendê-las.