PRACINHA

PRACINHA

(Muriaé)

As meninas nas janelas

Abanam seus leques faceiros

Atirando olhares de esguelha

Aos rapazes solteiros

Os rapazes passam disfarçando

Olhando para o chão em respeito

À mãe que fica vigiando

Procurando moço direito

O maestro Sandoval, todo engalanado

Arruma a bandinha no coreto

Tia Quilita chama Maria José pro seu lado

Evitando o comentário dos fofoqueiros.

Acaba o pouco repertório da fanfarra

Composto de ordinárias marchinhas

As moças ficam nos bancos da praça

Com seus segredos de normalistas

Mestre Sandoval agradece aos céus

Desarma toda a sua parafernália

Retira-se com seus cacaréus

A farda é só suor e poeirada

Seu Geraldo, da porta da Venda

Acompanhava, o rataplã do tambor

Maria, Aparecida e Iracema

Ainda não conhecem o que é amor.

A noite lentamente e com muita calma

Assenta nos bancos da praça vazia.

Menino, aí fora tem fantasma!

Amedronta Dona Olívia.

Sentado no alto da goiabeira

O menino vigia mula-sem-cabeça