INCORRIGÍVEL BOEMIA

os botequins

sempre abrem

abrem e fecham

fecham e abrem

os botequins

sempre

e sempre

e sempre...

e sempre há neles um cantor

com o sentimento ferido

e o coração rasgado

pelo cutelo do abandono

cantando e cantando e cantando

a canção que não se deixa findar

diferentemente de mim

que sou apenas um pobre ouvidor

e vivo reclamando da vida

horas e horas a fio

quase sempre embriagado

sentado à mesa amargurado

ouvindo e ouvindo e ouvindo

a canção que não pode se findar