As pernas...
Inscrito
No meu espaço,
As pernas de Mariana
Ameaça a terceira guerra mundial.
Eu que tenho medo de guerra
Corro, corro, até que o sol
Esfarele essa fome de brincar...
De tomar sorvete, e de amar
Essas coisas tão difícil de amar...
(Que merda de amor!)
A rua está velha, parece minha
Minha boa vontade, que de vontade
Não tem mais nada...
As casas de janelas na rua, seus rostos
De lenços e seus cabelos feitos
Feiúra, assiste a dança morna de
Tarde esbelta, mas sem gosto,
Sem fome, sem latejar...
Somente....
Eu que já meditei, já tomei remédios
Para o amor, já andei descalço
Em brasas ante palmas de alento
Já li poemas existenciais...
Nada, me faz esquecer, os
Olhos apavorados daquela gente
Que não tinha perna de adriana
Não sabia nada de guerras
Nunca tomou um sorvete
De frente a praça da feira
De mãos dadas ao namorado
Nunca se deixou levar
Por paixão
Somente a queda, somente a morte
Somente o desencanto...
E eu aqui, com medo das pernas
De Mariana!