Um Brinde

Um brinde aos caminhos tortuosos que trilhei,

afinal foram eles que tornaram-me o que sou.

Carne dilacerada, coração tranquilo e mente rasgada,

foram tantas as pauladas que me impus

que já nem sinto a dor quando chega, anestesiou-se os sentidos,

não enxergo, não ouço, arrasto-me em meio aos pés.

Pés não maiores do que sou, apenas acham estar acima,

mas quanto mais subirem, maior será o tombo no final.

Para viver devo seguir o meu coração,

filtrar as minhas ações com a razão,

quem sabe encontrar uma paixão...quem sabe?

o tolo poderia me responder, o fútil afirmaria,

e eu então riria e diria tens razão...Sócrates mesmo já afirmou.

quem sou eu para dizer que não.....

sigo no caminho que abro com o sangue e o suor de meu corpo,

vivo não por viver, mas por compreender o que não pode ser compreendido,

quem sabe assim encontro as respostas, nesta longa costa,

costa de espinhos, de passarinhos e de caçadores.....

Um brinde com a taça da vida

um brinde para esta vida vaga

de inúmeras idas e vindas,

quando este vai e vem parar

enfim poderei descansar....

Rafael Razador
Enviado por Rafael Razador em 10/07/2012
Reeditado em 29/07/2012
Código do texto: T3769563
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