Cantador de Cordel

Canta o Cantador

por saber que seu Cordel

é o azul

de Dalva mar e céu.

É o passarinho, a flor e o mel.

E o anjo das Minas que cria

outros tantos a cinzel.

É hino de Virgulino

contra chibata de Coronel.

É dor doída de cada puta

de Bordel;

de cada menina,

sem escola, sem bedel.

É a miséria companheira

da fome certeira.

É a sede que arde,

o político covarde

e a espera para mais tarde.

É vereda que se recorda,

mágoa que transborda

e laço sem corda.

É o Brasil que não

acorda.

Para a Artista Plástica e Poetisa DALVA SAÚDO.