SATÍRICO
SATÍRICO
Quando te contei do sonho, dissestes:
Que belo! Lindo! E partistes.
Dias outros, cansativos e demorados
haveriam de vir, repetentes.
E, como tu, sumiriam.
Às vezes, nas noites minhas de solteiro,
em uma terra estranha (dentro do país, o estrangeiro)úmida e fria: vazia
haveria de sonhar contigo em chegadas
que não continham despedidas
E vinhas
cabelos molhados sob a luz da noite
rosto respingado de enorme alegria
e rias
com o néon te acariciando as cores
os pés descalços pisando poças escuras
sem tonturas
Naquela hora, faminto de alegria
minha voz retumbava: amor, cuidado,
a pneumonia!