RFFSA

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Central – Piedade

No direto

Seguindo direto do inferno

Escrevo o verso do meu inverso

Entre cabeças que gangorram

Teses antropológicas

Minister

E Jânio Quadros.

Direto pro direto

As pernas esticam

Na pausa para o inferno:

Com Durkheim nas bocas menos empoladas

Percebo um ódio em definitivo

Nos olhos balouçantes

Nessa pressa em excesso

Seguindo reto.

No direto convulsiflex

Todos os braços cruzados

Na expectativa do inferno.

Os olhos vigiam brânquias

No pescoço do passageiro à frente.

O bigode repousado sobre a boca aberta

É mensagem discreta

De confiança nos compassageiros

Do direto.

No direto do inferno

Sou o mais indireto dos objetos.

A batucada de acordar

Não me desperta do substantivo abjeto

Não estremece minhas pálpebras

À frente da encéfalo corbelha.

Direto

No inferno

O meu lado reacionário

Espreme espinhas

Enquanto o liberal

Devora pêssegos

As cabeças gangorrantes

Deixam o balanço

Com um olhar de tristeza

Puxadas por mão apressada.

O pescoço, vazio, fica olhando.

No direto

Escrevo o inferno do meu verso

Suburburante

Contraditório

Sob a discórdia do Flamengo

E o “Suicídio” de Durkheim.

No inferno

O inverso do meu verso é direto.

Divino Dante.