Fome
De que encantos vive a humanidade?... Fixas e costumeiras realidades?
O papel marcado...As vitrines lançadas... e o vulto das moedas que ultrapassam do bolso às calçadas.
Famintos, os cordões lassos tornam-se aos pescoços... Cada qual em seu umbigo, em seu caroço... E quem sai do eixo é diagnosticado insano... Louco.
Abriram as portas dos carros... Desceram pelos degraus das poses... Das posses, orgulhem-se. Entojos.
O que fazem para matar a fome, roncam; enquanto, outros roncam os estômagos.
A criança comia as migalhas de uma sociedade que se torce em cólicas apenas para não perceber que só a reza não coloca nas mãos do irmão o pão...
E se ditam tantos "Ai, meu deus", se esquecem de abrir os olhos para as calçadas da vida, enquanto os seu carros lançam a lama dos cantos da rua no corpo de alguém que tem muito mais chances de ser considerado humano.
Que façam brindes!...Que façam redes!... Serão os mesmos a virarem a cara de uma moeda de boa sorte!
08:20