PEDRAS II
PEDRAS II
a Jésus, o suicida
Pedras e um pássaro deitado
arrastando suas asas
ao delírio da cólera
A fera
topázios em meio as romãs
O gume aberto no coração
tisnado,contempla
Sou a chaga atrás das cortinas
Detrás das chagas, pedras
e um pássaro
atado à fera
que arrasta suas garras
pelas minhas quimeras
Feras e um pássaro cansado
arrastando sua cólera
no rítmo que as feridas
laceram
Seus olhos apressam o céu
seu sangue povoa a terra
sua esperança habita as pedras
que ali estão há séculos.
Seixos rolam
topázios de seus olhos escorregam
agônica trilha, deleite de feras
Pássaro
e um homem arrastando
duas asas esculpidas nas pedras. Pássaro
Até a dura queda
Céu
Estampido nas cavernas
Suspiro: asas que se despedaçam
contra as estrelas
Terra
Atrás da janela
o coração é monumento de pedra
lapidescendo o instrumento
das mãos que se partem
no chão
sem asas que amparem tanta dor e solidão.
Até, irmão.